Saborear o Natal com muita saúde…

Com o Natal chegam também inúmeras iguarias que tentam o nosso apetite...Como resistir-lhes é impossível, deixamos aqui algumas dicas que permitem tornar estes petiscos mais saudáveis.

Reduzir a gordura nos assados

deixar as peças a marinar na véspera com muitos temperos (ervas aromáticas, especiarias, limão...) - permite reduzir na gordura, mas também no sal;

assa-los sobre bastantes legumes e parte da marinada, acrescentando o que resta durante a confecção;

quanto às aves, o ideal será assa-las no espeto e deve retirar-se a pele;

Reduzir o açúcar

• usar 1/3 da quantidade total de açúcar e optar por especiarias que realçam o sabor doce: canela, noz-moscada, erva-doce, sementes de anis...
• pode recorrer-se aos açúcares light, não esquecendo que têm um poder adoçante bem mais forte, e tendo em atenção que o seu consumo deve ser limitado;

Os fritos

• para frituras leves deve recorrer-se a uma frigideira anti-aderente, o que permite reduzir a quantidade de azeite;
• para fritos de imersão, como os sonhos, é possível reduzir a gordura colocando-os em papel absorvente depois de fritar, renovando-o até retirar todo o excesso de gordura;

Cortar na Gordura

• reduzir a gordura para barrar;
• substituir leite gordo por magro e metade das natas por iogurte natural ou leite evaporado;

As Leguminosas

Embora muitas pessoas acreditem que as leguminosas são legumes, isso não é verdade. Na realidade, leguminosas são todos os grãos produzidos em vagens, como o feijão, ervilhas, grão-de-bico, soja, lentilhas, favas, tremoços e amendoins.

Principais vantagens:

• Nutritivas: as leguminosas proporcionam de forma abundante proteínas e fibras, pouquíssimas gorduras e nenhum colesterol. Proporcionam aproximadamente as mesmas calorias que os cereais por unidade de peso, mas duas a quatro vezes mais proteínas. Não é por acaso que as leguminosas e os cereais se combinam, mas sim porque, se consumidos numa mesma refeição, o organismo é capaz de aproveitar de forma mais eficiente as proteínas destes dois alimentos.

• Medicinais: o consumo diário de leguminosa reduz os níveis de colesterol e de triglicerídeos. Como têm um baixo Índice Glicémico e reduzem as necessidades de insulina, funcionam como um alimento preventivo da diabetes. O seu grande conteúdo em fibras evita a prisão de ventre e facilita o bom funcionamento do intestino. Pelo seu conteúdo em potássio e pobreza em sódio evitam a hipertensão arterial. Combatem também a anemia por deficiência de ferro devido à sua grande riqueza neste mineral, bem como de cobre, zinco e outros oligoelementos.

Frutos secos e frutos gordos na mesa de Natal

Estes alimentos, muito característicos da época natalícia que se avizinha, são uma importante fonte de energia, vitaminas, minerais, fibras, proteínas e gorduras polinsaturadas, tendo muitos benefícios para a saúde, nomeadamente por ajudarem a regular o trânsito intestinal e por serem benéficos em casos de colesterol elevado e nas doenças cardiovasculares. No entanto, em termos calóricos é preciso ter muito cuidado no seu consumo: são uma autêntica bomba calórica!
Os frutos gordos são, por exemplo, as nozes, avelãs, amêndoas, pinhões e amendoins. Estes, apesar dos benefícios já mensionados, têm um valor calórico de cerca de 600-700 KCal por 100g! Já os frutos secos são aqueles originários da desidratação de frutos frescos, como as passas de uva, alperces, figos e ameixas, e apesar de serem menos calóricos que os anteriores, tendo cerca de 150-300KCal por 100g, têm um elevado teor de açucar. Assim, estes alimentos são contra-indicados a indivíduos com excesso de peso.
Nutritivos e deliciosos, são excelentes para "petiscar" e muito usados na confecção de muitos pratos. Entre tantos prós e contras, o segredo do seu consumo passa pela moderação!

Comida divertida

Aqui estão algumas ideias de como tornar as refeições mais divertidas e dar vida aos pratos das crianças. Visite e brinque com a comida!
http://kids.niehs.nih.gov/weight.htm
http://www.gulfcoastlivingonline.com/gourmet.html

Chá: um truque de beleza!

Com este frio que já se faz sentir, nada como uma chávena de chá bem quentinho! Fazer uma pausa para tomar um chá é uma excelente forma de aquecer e nos reavivar, fazendo-nos sentir imediatamente melhor… os benefícios do chá não tardam a evidenciar-se no rosto!
Os chás e infusões ajudam a eliminar os traços cansados e são já utilizados como um ritual de beleza! Uma clara evidência disso é a utilização por parte da indústria cosmética dos chás como aliados para optimizar os cuidados com a pele, quer pela ingestão destas bebidas quer pela introdução de partes activas das plantas nos cosméticos…os grandes institutos de beleza chegam mesmo a oferecer uma chávena de chá de boas-vindas ao cliente que chega: uma forma de o receber bem, mas, sobretudo, para facilitar a drenagem das toxinas. Alguns institutos oferecem mesmo outra chávena de chá a meio do tratamento e outra no final…não é de estranhar que a luminosidade do rosto se veja reforçada no final do dia!!!
Para além de a ingestão de chá e infusões ser uma excelente forma de hidratar, o chá contém anti-oxidantes que atrasam o envelhecimento celular, havendo muitos outros efeitos dos chás e infusões, como o efeito calmante, relaxante da pele, tonificante, entre muitos outros. Para além de todos estes benefícios vale sempre a pena tomar um chá como um acto de prazer, uma bebida que aquece e revitaliza o corpo e a alma…

Boas e más comunicações

Como se deve comunicar? Não é fácil... Uma comunicação tem de ser pensada e estruturada e ter por base objectivos que, perferencialmente, devem ser poucos mas persistentes - muita informação vai dispersar a atenção. A comunicação deve ser adaptada ao público alvo de forma a que a informação seja percebida e interiorizada pois tem de se passar a mensagem!
Estes são exemplos do que se deve o do que não se deve fazer.


Neste vídeo podemos ver uma nutricionista que, na nossa opinião, faz uma boa comunicação: é objectiva, sucinta e tem uma linguagem simples, focando-se em pontos principais sem tentar passar excesso de informação.



Aqui podemos observar uma nutricionista a dar uma entrevista sobre alimentos funcionais, onde se verificam algumas situações que não devem ocorrer numa comunicação:

• A nutricionista repete-se imenso... está sempre a mensionar os antioxidantes - sem sequer explicar o que isso é, não se lembrando que o público pode não saber o que são - o que dá a entender que estes são as únicas propriedades dos alimentos funcionais.
• Esta nutricionista afirma que quanto à frequência de ingestão de alimentos funcionais "não precisa de ser diariamente (...) 3 vezes por semana". Como estudantes de nutrição sabemos que a frequência de ingestão destes alimentos é muito variada, dependendo do estado metabólico do indivíduo, podendo ser necessária a ingestão diária destes alimentos.
• Quando a questionam sobre quais são os alimentos funcionais, a nutricionista refere apenas 3 alimentos... não seria preferível referir grupos de alimentos? Talvez fosse mais informativo... Ao dar exemplos de alimentos referiu compostos destes, como por exemplo o omega 3, não mencionando onde estes estão presentes.

Objectivos da publicidade aos alimentos

Na publicidade feita pela indústria alimentar podemos identificar 3 grandes objectivos: dar a conhecer o produto, fazer com que o consumidor aja sobre os alimentos e fazer com que este sinta prazer ao consumi-los.
Aqui estão alguns exemplos onde se observam esses objectivos.



Magnum 5 sentidos: nada como despertar os 5 sentidos… há maior prazer?!

Ovo Kinder: um misto de prazer e interacção com o chocolate, a família e é claro…o brinde!

Comunicar a Ciência

O nutricionista trabalha sempre apoiado em dados científicos, estando estes na base da sua comunicação. Um nutricionista tem de se manter sempre actualizado com os avanços científicos, pois em ciência está tudo em constante mudança e o que é verdade hoje pode já não estar correcto amanhã.
Funcionando como uma ponte entre o laboratório e a população, o nutricionista tem de adaptar os resultados científicos à realidade e transformar a linguagem científica em prática. Ao fazê-lo, este nunca comunicará de forma neutra, deixando sempre a sua análise crítica e a sua marca pessoal, influenciando o conteúdo da informação.
Aqui estão alguns exemplos de trabalhos onde estiveram envolvidos nutricionistas e a sua influencia nestes.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/20071016_Recuperar+o+pequeno-almoco.htm

http://www.rtp.pt/index.php?article=302632&visual=16&rss=0

http://www.planocorposdanone.com/_meuplano.php

Que corrente é que o nosso consumo segue?

Hoje em dia há duas vias de abordagem acerca dos alimentos, de modo a comunicar ao consumidor o porquê de os consumir: a corrente estruturalista e a corrente funcionalista.
A corrente estruturalista baseia-se em razões sociais e culturais, promovendo o consumo para a obtenção de uma posição ou estilo de vida. Exemplos de produtos que seguem essa corrente são a coca-cola (bebe-se coca-cola com os amigos, porque sabe bem, não porque faz bem), as batatas fritas (toda a gente sabe que fazem mal mas são práticas e "é fixe") e as bebidas alcoólicas (quantos estudantes não começaram a beber alcool como meio de integração?).

Na corrente funcionalista destacam-se as qualidades dos alimentos que benificiam a saúde e o bem estar. E aqui não faltam exemplos, basta pensar na quantidade de novos produtos que surgiram, enriquecidos, fortificados, modificados, todos a promoverem a saúde: Actimel, leite enriquecido, cereais com fibras (tanta gente que não gosta mas come..."faz bem!").

E hoje em dia, o nosso consumo segue qual destas correntes? No geral, talvez uma corrente mista... A maioria de nós preocupa-se em comer alimentos que o integre na sociedade (ninguém se recusa a comer bolo numa festa de anos!) mas também que lhe dê saúde! É claro que há sempre aqueles extremos que ou não se preocupam com a saúde e só comem aquilo a que foram habituados pela sociedade, ou aqueles (maníacos) que deixam os hábitos sociais e de comer aquilo de que gostam, pensando apenas em garantir a sua saúde...

Porque comunicamos tanto sobre alimentação?

A comunicação sobre alimentação não é nada de novo. Desde sempre o Homem sente necessidade de comunicar sobre o que lhe é mais importante, tendo-o feito pela primeira vez para comunicar sobre alimentos - fazendo sons e pinturas de animais - , essenciais à sua sobrevivência. A própria evolução do Homem está fortemente associada à evolução da alimentação.
Ao longo dos tempos, comer deixou de servir apenas para a sobrevivência, tornando-se um acto de prazer, convívio, tradição e até de poder. Foram surgindo regras alimentares, impostas por sociedades e religiões, que foram transmitidas regras essas que necessitaram ser comunicadas.
Com o aparecimento das muitas e grandes indústrias, chega a sociedade consumista. Com cada vez mais competição, a indústria desenvolveu-se mais e mais, aparecendo todo o tipo de produtos, até aí impensáveis, para satisfazer o consumidor cada vez mais exigente. Aqui surge mais uma vez a necessidade de comunicar, já que as indústrias passaram a ter de divulgar o seu produto - surgiu o markting!
Com a evolução das ciências passou a associar-se inumeras doenças com a alimentação, o que levou à preocupação com os habitos alimentares para garantir ou promover a saúde. Para esta preocupação também contribuiu a sociedade cada vez mais exigente e perfeccionista, em busca de uma alimentação ideal, a imagem corporal ideal, o estilo de vida ideal. Uma boa evidência desta evolução foi o aparecimento do nuticionista.
Hoje, quer por excesso quer por carência, é impossivel fugir ao tema da alimentação, tanto pela fome como pela grande oferta de alimentos - conheces algum lugar onde não haja um café ou um restaurante? Será que consegues passar um dia sem ver uma publicidade sobre um alimento?? Provavelmente não... só se passares o dia todo a dormir (e mesmo assim podes sonhar com comida)!